Bruna
deu conferência no ANCLAS (Australian
National Centre for Latin American Studies, Australian National
University-ANU, Canberra): “Brazil:
Indigenous people and languages” (Brasil: povos e línguas indígenas), no
dia 10 de abril 2014, The Tank Lecture Theater. Falamos não apenas dos aspectos
positivos das garantias constitucionais no Brasil e de uma história que, apesar
de tudo, deixou que sobrevivessem ainda cerca de 150 línguas nativas, e não
apenas de endangered languages
(línguas ameaçadas), mas também de endangered
lands (terras ameaçadas), já que interesses econômicos e políticos
anti-indígenas continuam, e cada vez mais, ameaçando os direitos
constitucionais. Falamos dos problemas da “educação bilíngue”, reconhecida por
lei, mas que sobrevive na contradição entre discurso oficial e práticas locais.
Falamos da “invisibilidade” das línguas indígenas no Brasil, onde não há
nenhuma política linguística explícita para a sua divulgação, manutenção e
revitalização. Depois da conferência, houve a projeção do filme As Hiper
Mulheres. Estavam presentes cerca de 50 pessoas numa noite chuvosa e fria,
incluindo o embaixador brasileiro e a adida cultural da embaixada.
Bruna acompanhou o Workshop:
Garbled voices from the
archives: Restoring Aboriginal words and meanings in historical sources (As vozes incompreensíveis dos arquivos: restaurando
palavras aborígenes e significados a partir de fonts históricas) . 15-16 de
abril 2014, na ANU, Canberra.
Organizado pelo projeto Autskin (Tracing Changes
in family and social organization in Indigenous Australia):
ttp://www.austkin.net/
Abaixo
o tema do workshop:
How do we make sense of Aboriginal words
recorded in early sources when the language cannot be identified? What if the
language is known, but no speakers remain?
Our workshop seeks to bring
together scholars who routinely work with old sources on Australia’s indigenous
cultures, from Aboriginal people investigating their heritage, to linguists,
archivists, anthropologists and historians. The standing challenge of working
with historical documents is that individual scribes applied their own personal
spelling conventions, and may not have heard the sounds accurately to begin
with. As a result, many of the most important ethnographic, linguistic and
historical materials are accessible only to specialist scholars who have
knowledge of Aboriginal sound systems and long experience working with archival
sources.
Over two days, the workshop will
hear presentations from a range of practitioners who will describe informative
case studies and offer practical interpretive techniques. Plenty of time is
given for discussion between each session. Feel free to bring your own archival
conundrums for analysis by the group.
Programa
completo em:
Qual
o interesse disso para nós nos Brasil? Não temos nenhuma metodologia precisa no
que concerne o trabalho com dados linguísticos (de línguas indígenas) em fontes
históricas. Por óbvias razões (muitas das línguas nativas só podem ser
parcialmente, em graus diferentes, reconstruídas a partir de fontes
documentais), linguistas e historiadores australianos concentram esforços e
estudos na investigação de arquivos, aqui organizados, accessíveis,
digitalizados, etc. No Brasil, lembro apenas da publicação comentada do mapa
etnohistórico de Kurt Nimuendaju. O que significa, por exemplo, entregar uma
lista de palavras de cem anos atrás, ou mais, para os Pataxó em busca de
sua/uma língua, sem dar a eles os instrumentos e os caminhos para a sua análise
e possível aproveitamento?
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